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sábado, 15 de setembro de 2007

O cantinho do Adepto

Mais uma partida que ilustra as deficiências de natureza colectiva que venho apontando desde início: desequilíbrio defensivo, vulnerabilidade nas alas, meio-campo incapaz de acorrer à cobertura nas alas e em simultâneo unir os sectores da equipa armando o jogo ofensivo. Estas debilidades surgiram de forma mais evidente nesta partida pela abordagem táctica do V.Setúbal (que, jogando num 4-3-3 clássico, privilegiou o jogo em velocidade pelas alas e jogou com um meio-campo muito compacto). As alterações no onze inicial que nos vimos forçados(?) a fazer também não ajudaram: Anílton não tem a classe de Rodriguez (nem me parece que faça uma boa parelha com Paulo Jorge) e Jaílson, como já tinha repetidamente dito, não é um ponta-de-lança de referência como são Linz ou João Tomás.A entrada no jogo não augurava nada de bom. Tivemos dificuldade em encaixar no jogo do adversário, em lidar com a sua disponibilidade física e sobretudo agüentar a velocidade imposta pelos seus alas. O golo sadino surgiu à terceira oportunidade de golo: Matheus arranca à saída da sua grande área, corre cerca de 50 metros sem que ninguém lhe surja pela frente, JVP também não tem a presença de espírito para fazer a falta que se impunha, cortando o contra-ataque e o lance termina com a nossa linha defensiva atrapalhada, apanhada em contrapé, impotente para impedir o golo sadino. Foi um golo sintomático daquilo que são as nossas debilidades.A partir de então, o jogo ficou lançado em bases que iam de encontro às características da equipa do V.Setúbal. A equipa setubalense recuou as suas linhas, cedeu a iniciativa de jogo à nossa equipa, pressionando à entrada do seu meio-campo e apostando em saídas rápidas em contra-ataque fundamentalmente pelos seus extremos. Nós... ficamos com a bola mas sem saber muito bem o que fazer com ela, com a equipa partida pelo facto de Vandinho (e muita vezes o próprio JVP) se ver obrigado a recuar para auxiliar Madrid (anormalmente preso de movimentos) e acorrer aos flancos da linha defensiva (sobretudo à esquerda), constantemente em défice. Cito a titulo de curiosidade um dado estatístico que a SportTV mostrou na sua transmissão: o V. Setúbal lançou cerca de 65% dos seus ataques pelo seu flanco direito – o que mostra que Carvalhal estudou bem a lição... Com a equipa partida, com a linha avançada lá longe, completamente desligada do resto da equipa, o resto da primeira parte revelou apenas melhor atitude: o nosso domínio esmagador da posse de bola revelou-se completamente estéril – não recordo um remate sequer à baliza, digno desse nome. É verdade que também os sadinos pouca mossa fizeram com o seu contra-ataque, mas ainda assim foram mais objectivos e rematadores, aproveitando aqui e ali as abébias que a nossa defensiva ia dando.A segunda metade começou com mais do mesmo: maior iniciativa da nossa parte, com o Vitória a espreitar o contra-ataque. A mesma posse de bola sem objectividade. Parecia evidente que mais tarde ou mais cedo a equipa precisaria de um abanão... e ele chegou mesmo: (mais) um passe disparatado de César Peixoto, Madrid, pouco ágil, não consegue dominar e... caminho aberto para Elias entrar pela nossa área dentro e fuzilar. Com 2-0 no marcador, tal como o jogo vinha decorrendo, a equipa perdeu um pouco o norte e não sofreu de seguida o terceiro porque não calhou – a trave salvou mais um de Matheus. Jorge Costa faz o inevitável: mexe na equipa, arrumando-a tactiicamente num 3-4-3, fazendo sair Anílton e Hussaine e fazendo entrar Linz e Jorginho. Alto risco, sabendo que os dois laterais que permaneceram em campo não primam propriamente pela segurança defensiva. A equipa melhorou um pouco, contudo, sobretudo pela acção de Jorginho que teve algumas arrancadas perigosas – ainda que, agora e sempre, a equipa continuasse sem rematar à baliza. Numa dessas arrancadas, uma entrada arriscada de Auri derruba Jorginho. Penalty claro que César Peixoto cobra de forma exemplar. Seria este o tónico para que a equipa fizesse um bom final de jogo e conseguisse arrancar pelo menos a igualdade? Depressa as esperanças se esfumaram assim que JVP é expulso – se “leva” o segundo cartão amarelo “apenas” pela falta, parece-me claro exagero, sobretudo se atentarmos à quantidade de lances mais graves que, na partida, passaram não sancionados disciplinarmente. Apesar de tudo, Jorge Costa manteve, como se impunha, uma postura de risco: uma espécie de 3-3-3, agora com Wender no lugar de Jaílson. A equipa teve coragem mas pagou a ousadia com o terceiro golo num lance que mostra com clareza os riscos de jogar com a defesa em igualdade numérica relativamente ao ataque contrário (Carvalhal, infelizmente bem, não recuou). Assistiu-se então a um fim penoso, com o espectro da goleada bem presente...

Texto de [Pedro Ribeiro]

Retirado de [SuperBraga.com]

1 comentários:

Anónimo disse...

Muito quantidade, pouca qualidade.